23.4.08

Jorge de Capadócia: a força do imaginário

Quando coloquei a imagem de Jorge de Capadócia no blog, esperei o estranhamento. Qual nada! Jorge é tão popular que já faz parte do imaginário dos internautas. Que me desculpe Santo Isidoro, o padroeiro da web, mas Jorge não é só pop, é ciber também.
São mais de 1,5 milhão de referências no Google a São Jorge, o santo guerreiro e protetor, líder soberano dos templários. Nos sites se encontram as lendas, os manuscritos, as orações, as igrejas, páginas multimídia e muitos, muitos produtos à venda: livros, camisetas, imagens, oratórios, medalhas e o tradicional anel de São Jorge, em ouro 18 quilates e onix.


"Helinger Georg", de August Macke
Reza a lenda que o soldado vindo da Capadócia venceu terríveis batalhas por ocasião das Cruzadas e, montado num cavalo branco salvou da morte a filha do Rei de Selena, prestes a virar comida de dragão. O valente guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão em um manso cordeirinho, que a jovem princesa levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade.
Mais tarde na Palestina, Líbia, com título de conde e depois tribuno militar, aproveitava as lutas para pregar sua crença em Cristo. Foi então perseguido pelo imperador Diocleciano, a quem servia, e submetido a torturas terríveis, resistindo a tudo: lanças de soldados, pedra sobre seu corpo, navalhadas, fornalha de cal e envenenamento.
Jorge saía ainda mais firme e seus algozes convertidos, como o próprio feiticeiro que lhe deu o veneno e a esposa do imperador. Mas à essa "traição" Diocleciano não suportou. E no dia 23 de abril do ano 303, Jorge pagou com a vida, degolado, sem negar a sua fé.
"Jorge e o dragão", de Paolo Uccello

É essa coragem que faz de Jorge da Capadócia objeto de devoção. É para ele que recorremos quando precisamos de força e guarda, quando temos desafios a vencer e devemos permanecer fortes e corajosos. Jorge protege a minha casa, a minha bolsa, os meus pés, a minha garganta, o meu blog e o que e quem mais eu entregar aos seus cuidados. E não sei bem o porquê. Só sei que um dia me disseram que eu era um de seus cavaleiros - e seus cavaleiros se reconhecem. Eu acreditei e pronto: desde então estou vestida com as roupas e armas de Jorge. Assim se constrói a força do imaginário e "todo imaginário tem valor", capaz de transformar cenários, como diz uma das tantas músicas que o reverenciam. Salve, Jorge!

Um comentário:

Escrevendoespanando.blogspot disse...

Tereza parabéns pelo blog.
Gostei do Jorge da Capadócia.