17.4.10

Escolhas

Sempre me pergunto porque as campanhas de utilidade pública no Brasil minimizam a seriedade do problema ou suas consequências e não canso de repetir este assunto aqui no blog. Esse nosso estigma de país do Carnaval, de gente feliz e saltitante, que bebe para comemorar e para esquecer, com aquele eterno "apesar de" nos deixa - Estado e população - com uma certa vergonha em expor as feridas. Hipocrisia.
Quando falo em feridas, falo no número de vidas que se perdem por falta de atitude. De um lado e de outro. A comunicação dos poderes públicos é sempre  muito discreta e pouco enfática quando se busca a provenção através da educação ou da exposição dos resultados.
E, no mesmo caminho, as campanhas publicitárias são inócuas e indiretas, frias demais para um público que insiste em manter-se com venda nos olhos e não quer testemunhar a crueza que, invariavelmente resulta em mortes precoces e famílias destruídas. "Nunca vai acontecer comigo". Vai, sim.
Um dos problemas recorrentes que são minimizados é o de mortes no trânsito, principalmente pelo uso de alcool e drogas. As estatísticas continuam apontando índices alarmantes.
Este comercial da TAC (Transport Accident Commission) teve um efeito drástico na Inglaterra. É do ano passado e só agora recebi na íntegra, via e-mail de Marcos Palacios:



As imagens não perdoam. A trilha do REM comove. A edição abre as feridas de uma forma que pode parecer dura e agressiva à sociedade. Não poupa ninguém. Nem os culpados nem as vítimas. Estão ali todos os perfis representados.
Depois desta campanha diz-se que 40% da população da Inglaterra deixou de usar drogas e se alcoolizar nas datas comemorativas, pelo menos. É um dado exagerado? Talvez. Mas o impacto do filme é duradouro e é isso que importa, independente do lugar ocupado por quem se vê nas muitas histórias.
Enquanto isso, no Brasil ainda estamos na era das campanhas lúdicas, da folclorização e do humor como argumentos para se mostrar algo tão sério. Comparemos. Por aqui vamos ouvindo cavaquinhos, matando, morrendo e perdendo.

5.4.10

As novas práticas de consumo

Um artigo de Elisa Garcia na Revista Consumidor Moderno expõe com objetividade o novo cenário da cultura de consumo no país. O mercado de varejo sofreu uma transformação nos últimos 15 anos, onde a praticidade das compras se dá, principalmente, pela facilidade e segurança para as transações. A nova configuração foi, basicamente, impulsionada por três segmentos que cresceram muito no período: os investimentos no mercado de cartões e os acessos à internet e à telefonia celular.
O destaque das transformações foi a mudança do perfil do consumidor de baixa renda. Com a estabilidade da moeda e acesso ao crédito, a pirâmide socioeconômica se inverteu e as classes C, D e E estabeleceram novas práticas de consumo.
Leitura interessante.